Rio - São Paulo. Uma ligação amorosa

Rio - São Paulo. Uma ligação histórica e amorosa.

Nos tempos de estudante ficava esperando ansiosamente as férias do final de ano.
Motivo muito justo, pois iria até São Paulo encontrar com tia Ziza, tia esta que todos gostariam de ter. Amiga, amorosa, que tinha (e ainda tem) um jeitinho todo especial de tratar as pessoas. Quem a conhece se encanta com ela.
Foi assim que passei a minhas férias de infância e adolescência. Indo e vindo de São Paulo.
Mas o que eu fazia lá de tão interessante? Nada demais... Passeava, ia ao cinema, às compras... Ah! Esta era a parte que mais gostava... Naquele tempo havia lá um magazine chamado Mappin , era o “must” da época, e ali ganhava da minha tia lindos vestidos.
Imagine, ali podia escolher a roupa que quisesse, inclusive este vestido da foto. Lembro-me muito bem, azul marinho com sianinhas brancas, e em cima uma âncora da Marinha. Recordações da infância! Inclusive, este retrato foi um passeio que fizemos ao monumento de Ipiranga.
Gente o tempo passa... E lá se vão 56 anos que tirei esta foto. Muitas águas passaram por debaixo da ponte... Nossa! Hoje estou tão nostálgica... Também, recordando o passado... São recordações que nos vêm à memória, de momentos felizes, momentos alegres!
Momentos alegres sim, porque quando hoje retorno a São Paulo, não mais em férias, faço com muita saudade e dupla motivação: visitar o filho casado que lá reside; e rever a Tia Ziza, que agora com seus noventa e sete anos, continua a encantar as pessoas com seu jeito dócil e meigo, e uma memória prodigiosa.
Hoje, minha oração é que ela possa chegar ao seu centenário, com esta memória e com saúde, apesar de pouca visão, o que muito a entristece, mas sempre bendizendo ao Senhor.
Ah! Seu nome é Carmen de Moraes Pinho Batalha, minha única ascendente.

Carmen Lucia 21/6/2010

Tunel do Tempo

No Dia dos Namorados ganhei a poesia abaixo do meu amado.

Não poderia de jeito nenhum deixar de compartilhar com vocês.

É... e lá se vão 43 anos de vida a dois....

EM TORNO DELA

Diante do azul do infinito,
Das águas verdes do mar,
Via ainda mais bonito,
Seu claro e castanho olhar.

Vivo muito em torno dela,
Foi na Igreja que a conheci.
Se tornou a Cinderela,
Minha jóia meu rubi

Recadinho pela tia,
Foi pra ela remetido,
Pois há tempo não a via,
Já de coração partido.

Foi assim que começou,
Nossa relação de amor,
De alma aberta me abraçou,
Singeleza e muito ardor.

Mil encontros, mil promessas,
Juntos sempre a planejar,
Esperanças tantas essas,
Casal jovem a namorar.

Minha sogra concordava,
Meu prestígio era tremendo,
Bom rapaz ela achava,
Casar filha ela foi vendo.

E o tempo assim passou,
Sem dinheiro pra casar,
Breve enlace se esperou,
Solução então noivar.

Muitos anos de espera,
Ansiosos pra valer,
O casal não desespera,
Deus ainda ia haver.

Eis que um dia aconteceu,
Véu grinalda e linho fino,
No altar compareceu,
Nos casava o Amantino.

Quarent’ anos se passou,
Já dois netos vi chegar.
Com equilíbrio se formou
U’a família exemplar.

Hoje velho aposentado,
Feliz sou em você, ter!
Todo tempo ao meu lado,
Apoiando o meu viver.

Reafirmo sem pensar,
Verdadeira e sem astúcia,
Sempre pronto a elogiar,
Esta é minha Carmen Lúcia


Divaldo Gomes
Rio, 26 Maio 2010